segunda-feira, 21 de março de 2011

Trabalhando os gêneros textuais a partir do filme Pistol

Atividade de Produção de Texto proposta a Acadêmicos Graduandos em Língua Portuguesa

CARTA DE ROBERTO HAILTON SANTOS


CARTA AO PAI

Pasargada, 10/12/2010

Pai,

Hoje completo 50 anos de vida neste planeta e toda a família está aqui comigo. Estamos juntos novamente, como há tempos não fazíamos. Sentimos bastante a sua ausência nesse dia de festas e, embora, estejam todos felizes, certo sentimento de vazio um pouco se faz presente em todos os irmãos e principalmente na mamãe, que nunca o esquece.
É uma data especial, comemorar 50 anos. Afinal, é meio mágico atingir meio século de existência terrena. Principalmente quando os prós são infinitamente mais numerosos que os contra. E mesmo tendo uma vida tão feliz, é inevitável pensarmos que alguma coisa poderia ter sido mudada. Contudo, sopesando em termos, quase nada mudaria. E daquilo que poderia ser mudado, apenas nos momentos em que tu não estavas é que minhas decisões, talvez, fossem equivocadas.
Ah, pai, como eu queria que estivesses comigo sempre, pois tu, somente tu, foste o meu cajado e meu bordão nos momentos em que eu mais precisei, nas horas em que eu, desacreditado, pedia socorro às tuas palavras, aos teus conselhos... e mais tarde, às tuas lembranças mais doces, quando, comigo, estavas a se deliciar das minhas meninices infantis.
Nesse dia do meu completamento de meio século de alegrias e algumas lamúrias, lembro como nunca do meu intenso esforço para fazer parte do time de basquetebol, quando contados não mais que 13 anos. Eu não sabia que aquele seria o primeiro ano do resto da minha vida.
Mas o senhor sabia. E como amigo, me alumiou as estradas por onde eu pudesse atravessar. Mostrou-me a maneira de como fazer para chegar onde eu queria. Treinou-me, deu-me confiança e coragem para não me quebrantar diante das dificuldades ou infortúnios. Mostrou-me que as quedas podem acontecer, e me ensinou que o melhor a fazer é se erguer e seguir adiante com o que se quer.
Sonhar, não é apenas desejar profundamente um milagre vindo dos céus. Aprendi contigo que sonhar é visualizar aquilo que os outros não conseguem alcançar; é querer o que todos julgam ser impossível; é mudar aquilo que todos acham consagrado e certo. Sonhar, aprendi contigo, é confiar em si mesmo, com disciplina e perseverança, para alcançar os céus nas pontas dos dedos e ter o mundo inteiro sob os pés, não sobre os ombros.
Pai, nesse meu dia tão especial, queria eu poder te dar o melhor presente de todos, o maior e melhor presente que eu pudesse ter, dar-te-ia por amor. Mas te digo que o mundo inteiro não seria o suficiente para te dar, pois o mundo inteiro não seria o suficientemente para ti, pois mereces mais.
Entretanto, mesmo que neste mundo eu pudesse encontrar o teu presente perfeito, ainda assim, ficaria comigo... pois as tuas conquistas estão agora distantes de mim e da minha saudade. Agora, que já não vives mais neste planeta, outros hão de te ter como rei. Como tu foste um dia o meu Rei.
Minhas saudades, agora, estão nas tuas lembranças. E teus conselhos, hão de me fazer companhia por mais 50 anos... Quem sabe, um dia, possamos novamente nos encontrar, para que eu te possa ouvir novamente e eu possa te dizer mais uma vez “te amo”, e nunca mais te dizer “adeus”.

Pistol, no seu aniversário de 50 anos.

Produção textual: Retextualizando contos de fada

Atividade proposta a fim de contribuir para o desenvolvimento da escrita

A BELA AMANSOU A FERA


Era uma vez uma linda jovem feirante, trabalhava na feira da Terra Firme, bairro pobre e um dos mais violentos de Belém vendendo frutas com seu pai, que já idoso trabalhava para um deputado chamado Príncipe Fera. Em uma de suas visitas, Fera se engraçou com Bela, mas era muito feio e turrão, porém tinha uma conta bancária que baleou o coração de Bela.
Visita vai, visita vem, eles acabaram se encontrando, e uma linda história de amor se iniciou. Durou...até ele descobrir que Bela estava grávida . Ele bem que tentou negar, mas esqueceu do exame DNA. Fera teve que casar.
Bela sentiu-se ganhadora da mega sena, os meses de gravidez foram maravilhosos. Mas em seguida sua vida foi de mal a pior, de dia era humilhada e de noite maltratada. Todavia para má sorte de Fera, Bela não era ingênua não! Descobriu Maria da Penha e ficou com a grana do espertalhão. No outro dia para surpresa de todos a manchete de um jornal ressaltou: “ BELA AMANSOU A FERA”.


CINDERELA GENTE BOA
Cinderela nasceu em uma família da alta sociedade de Belém. Passou parte de sua infância e adolescência no bairro nobre de Nazaré. Ainda na juventude uma fatalidade aconteceu, sua mãe teve um infarto fulminante e faleceu.
Passados alguns meses o pai de Cinderela sozinho e carente, apaixonou-se por Creusa, a faxineira da família. O casamento foi realizado na Basílica Santuário de Nazaré, com toda a pompa.
Creusa trouxe seus familiares da Ilha de Cotijuba, incluindo suas três filhas, na mesma faixa etária de Cinderela. Tudo mudou para Cinderela. Como madrasta, Creusa tornou-se a pessoa mais arrogante do bairro. Para quem lavava, cozinhava e limpava, agora sequer pisava na calçada da rua. Vivia no shopping com as filhas, comprando as melhores roupas, enquanto Cinderela ficava em casa limpando e cozinhando para elas.
“Tudo culpa da internet!”_ dizia ela. Creusa havia ido ao quarto de Cinderela e descoberto suas conversas românticas pelo MSN, com seu amado. Com medo de represálias do pai, aceitou as chantagens da madrasta.
Certa noite, quando todos dormiam, Cinderela foi ao baile da Assembléia Paraense e divertiu-se a noite toda, porém, esqueceu seu celular na festa.
Na manhã seguinte, seu namorado foi até a sua casa e foi recebido por seu pai, que descobriu essa falha grave de Cinderela. Mas o rapaz era gente boa, educado e de boa família, conhecida do pai da moça e, ao saber de seu romance a perdoou.
No dia seguinte, Creusa e suas filhas partiram para Cotijuba de pô, pô, pô... e Cinderela casou-se e tornou-se proprietária de uma famosa rede de supermercados de Belém.